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16 de ago. de 2007

O PECADO DA INCREDULIDADE


por Thomas Goodwin
Entre os que professam ser "cristãos" há três pontos de vista em relação à morte de Cristo. Crê-se que Cristo morreu por uma das seguintes razões:
1 - Pelos pecados de todos os homens.
2 - Por todos pecados de alguns homens.
3 - Por alguns pecados de todos os homens.
A terceira razão é incompatível com o cristianismo porque, se a propiciação cobriu somente alguns pecados, então todos teríamos pecados não cobertos, e terminaríamos condenados irremediavelmente.
A segunda razão é chamada às vezes de “o ponto de vista calvinista" e ensina que há uma salvação eficaz para somente algumas pessoas eleitas.
A primeira razão é a idéia de uma propiciação universal. Esta idéia tem certos problemas lógicos, porém, como a maioria dos cristãos não se sente confortável com a idéia de uma salvação pela metade (a terceira razão), e não quer admitir que Deus é o que decide quem será salvo e quem não, então se contentam em crer que Cristo morreu por todos os pecados de todos os homens.
O problema está em explicar como é que muitas pessoas cujos pecados foram propiciados, finalmente terminam no inferno. Se Cristo morreu por todos os pecados de todos os homens, então todos os homens, sejam budistas, muçulmanos, hindus, católicos, protestantes, e até os ateus devem ir para o céu.
Alguém pode contestar que a resposta ao problema é a falta de fé ou, em outras palavras, a incredulidade. Contudo, o problema aqui é que a incredulidade é também um pecado, o mais horrível de todos os pecados.
Se Cristo morreu por todos os pecados, então morreu pelo pecado da incredulidade também. Porém, se morreu para propiciar todos os pecados menos o da incredulidade, então estamos dizendo que morreu somente por alguns pecados de todo o mundo. Porém, se Cristo morreu por todos os pecados, e se morreu por todos os homens, então morreu por todos os pecados de todos os homens, incluindo a incredulidade deles.
No fundo, o problema que temos, que não nos deixa resolver o dilema com a doutrina da propiciação, está ligado à nossa filosofia moderna relacionada com o homem e seus "direitos". O lema político moderno nos tem ensinado a liberdade para todos, comida e educação para todos, saúde e moradia para todos, e assim por diante. A idéia de um Deus, que é o fator determinante de tudo, não é bem aceita pelo homem moderno. Nos têm ensinado nas escolas que se devem tolerar distinções de pessoas nesta vida, e por isso supomos que não deve haver distinções de posições na vida espiritual. Se cremos na liberdade para todos no mundo, porque não crer na propiciação para todos para ir para o céu?
Todavia, Deus não governa o universo como em uma democracia. A salvação, ao contrário da liberdade política, não é um direito que podemos reclamar. O grito "dêem-nos uma oportunidade a todos por igual" é um lema bonito para ser apresentado em uma reunião política. Entretanto, não se deve dizer isso diante de Deus. Não nos acercamos do Soberano do universo como cidadãos que demandam direitos. Nos acercamos como rebeldes violentos, réus dignos de morte e insolentes; que temos pisoteado Sua vinha, atacado Seus obreiros, e assassinado a Seu Filho. Não há sequer um de nós que mereça ser perdoado; e se Deus fosse perdoar a alguns dos culpados, poderiam os outros culpados se queixar?
Aos homens não se tem dado uma "oportunidade" de se salvarem. Em vez de lhes dar oportunidades, lhes é dada a graça. Recebem de Deus "graça", não "direitos". Nós devemos permanecer maravilhados ante tão grande misericórdia. Porém alguns, soberbamente, demandam que Deus dê a graça a todos por igual. Mas Deus não está sujeito à constituição de nenhum país.
A Bíblia nos diz, antes da morte de Cristo, que Ele viria para "salvar Seu povo de seus pecados". Durante Seu ministério na terra, Ele proclamou constantemente que havia vindo para um grupo especial de pessoas, que Ele chamou de Suas "ovelhas" as quais são distintas de outras que não são ovelhas (veja João 10).
Traduzido por: Felipe Sabino de Araujo Neto

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