7 de set. de 2007
LIBERDADE E ESCRAVIDÃO DA VONTADE
Bandeira do Brasil ao vivo - Homenagem ao Dia da Pátria
Jeremias 17.9 — Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?
A compreensão apropriada da liberdade da vontade, na condição humana decaída, é auxiliada pela distinção entre livre ação e livre arbítrio.
Livre ação é uma característica da humanidade como tal. Todos os seres humanos são agentes livres no sentido de que eles podem tomar suas próprias decisões a respeito daquilo que querem fazer, escolhendo como lhes agrada, à luz de sua própria consciência, inclinações e pensamentos. Os homens são, assim, responsáveis, perante Deus e perante o resto da humanidade, pelas escolhas que fazem. Adão era um agente livre antes da queda e depois também, pois continuou a ter desejos e pensamentos que punha em ação por meio de sua vontade. Do mesmo modo, agora, também somos agentes livres. Continuaremos a ser assim depois da ressurreição. Os santos glorificados, isto é, os separados por Deus, exercem sua vontade, porém são confirmados na graça, a fim de que não pequem. As escolhas deles são produto de sua livre ação, escolhas feitas de acordo com a sua natureza, todavia, agora, tais escolhas são boas e certas. A transformação do coração deles está completa, e eles desejam praticar só o que é reto.
Livre arbítrio foi definido por mestres cristãos do século II e de séculos posteriores como a capacidade de não poder escolher nenhuma das opções morais oferecidas em dada situação. Agostinho ensinou que a capacidade de escolha livre se perdeu na queda. O homem tem vontade, mas a sua vontade não é livre. Essa perda da liberdade de escolha é parte do peso do pecado original. Depois da queda, nosso coração natural não está mais inclinado para Deus; ele está escravizado sob o jugo do pecado e não pode livrar-se dessa escravidão, a não ser pela graça da regeneração.
Esse modo de entender a escravidão da vontade é ensinado por Paulo em Romanos 6.16-23 — Não sabeis que daquele a quem vos ofereceis como servos para obediência, desse mesmo a quem obedeceis sois servos, seja do pecado para a morte ou da obediência para a justiça? Mas graças a Deus porque, outrora, escravos do pecado, contudo, viestes a obedecer de coração à forma de doutrina a que fostes entregues; e, uma vez libertados do pecado, fostes feitos servos da justiça. Falo como homem, por causa da fraqueza da vossa carne. Assim como oferecestes os vossos membros para a escravidão da impureza e da maldade para a maldade, assim oferecei, agora, os vossos membros para servirem à justiça para a santificação. Porque, quando éreis escravos do pecado, estáveis isentos em relação à justiça. Naquele tempo, que resultados colhestes? Somente as coisas de que, agora, vos envergonhais; porque o fim delas é morte. Agora, porém, libertados do pecado, transformados em servos de Deus, tendes o vosso fruto para a santificação e, por fim, a vida eterna; porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor...
Somente a vontade que foi libertada é, portanto, capaz de escolher a justiça livremente e de coração. O amor permanente para com a justiça, isto é, a inclinação do coração para o modo de viver que agrada a Deus é um aspecto da liberdade que Cristo nos assegura (João 8.34-36; Gálatas 5.1,13).
Pedro Corrêa Cabral - Baseado em comentário da Bíblia de Estudo de Genebra
Esse texto é muito bom, e é também o um dos maiores conflitos com irmãos de outras denominações pela falta de compreenção dos mesmos sobre este assunto, na internet mesmo vejo em foruns de debates varias criticas, mas sem a minima noção de entendimento sobre a livre agência e livre arbitrio. Seria muito bom se nas nossas igrejas isso fosse ensinado de maneira mais enfatica. Que mesmo entre Presbiterianos ainda há falta de entendimento sobre esses temas.
ResponderExcluirGostei muito mesmo...
Célio Roberto - Udi - MG
Caro Célio Roberto:
ResponderExcluirVocê tem razão. Esse assunto é da maior importância doutrinária e precisa ser ensinado em todas as nossas igrejas presbiterianas. Deus o abençoe,
Pr. Pedro