1 de set. de 2007
PASTORAL DE SETEMBRO
O PRINCÍPIO DO AMOR
"Mulher, onde estão eles? Não ficou ninguém para te condenar? Nem Eu tampouco te condeno. Vai e não peques mais” (João 8:10-11)
Com estas palavras Jesus despediu uma mulher que havia sido trazida à sua presença por fariseus e mestres da lei. Esse encontro, registrado no Evangelho de João, é fonte de lições preciosas sobre uma espiritualidade fundamentada no Princípio do Amor, o qual se manifesta através da compreensão e da misericórdia.
Quando a mulher chegou à presença de Jesus, já estava condenada e, praticamente, executada. Os homens que a levaram àquela situação queriam apenas usá-la para incriminar Jesus por suas próprias palavras. E como Jesus age? Primeiro, ele ignora a chegada dos religiosos. É necessário que insistam muito para que Jesus lhes dirija a palavra. É como se ele estivesse dizendo que esses tipos de pessoas não o atraíam. Jesus parecia estar mais interessado num desenho na areia. Quando ele resolveu quebrar o silêncio, dirige-se aos religiosos e diz: "Quem de vocês estiver sem pecado, que seja o primeiro a atirar uma pedra nesta mulher" (v.7) - e voltou a escrever na areia. Estas palavras invertem as posições. De acusadores, os religiosos passam a réus de suas próprias consciências, e começando pelos mais velhos até os mais novos, todos, emudecidos, deixam o local.
Irmãos, a espiritualidade do amor é essa que nos faz soltar as pedras, que nos desarma, que nos faz voltar para dentro de nós mesmos tomados pela consciência de que também precisamos de perdão e de restauração. Num segundo momento lindo desse texto, Jesus pergunta à mulher onde estavam os seus acusadores, e se alguém a havia condenado. Vemos nestas questões um ato terapêutico profundo. Jesus se dirige a uma mulher que era pecadora e lhe pergunta onde estavam os puros que a condenavam e a julgavam. Onde estavam os perfeitos que, diferentemente dela, não cometiam pecados? A mulher responde que eles haviam ido embora sem condená-la. A resposta da pecadora era necessária. Era necessário que ela dissesse com os seus próprios lábios: "Não, ninguém me condenou", para ouvir, em seguida, de Jesus: "Nem eu tampouco te condeno. Vai e não peques mais".
É isso o que o amor faz, meus irmãos. Dá novas oportunidades, não atira pedras preconceituosas, mas, ao contrário, estende a mão para curar a alma, procura sarar as feridas, revela a semelhança de todos nós, porque todos somos pecadores e carecemos da misericórdia do Pai...
Em amor, Rev. Pedro Corrêa Cabral
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