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11 de abr. de 2008

A Palavra de Deus


Deus é tão grande que não podemos conhecê-lo na sua totalidade, mas apenas aquilo que ele revela a nós, seja pela sua Palavra, seja na sua criação. O Senhor é tão grande que não podemos vê-lo ou tocá-lo, conforme lemos em 1Tomóteo 6.16. Assim, ele se revela a nós como nosso Salvador e Pai por sua Palavra. Não devemos nos surpreender com isso, posto que o discurso é o principal meio de comunicação mesmo entre nós, que fomos criados à sua imagem e semelhança.
Entretanto, que Deus fala aos homens é um milagre. É um milagre, em primeiro lugar, porque o infinito e o eterno Deus falou de si mesmo e da sua glória em nosso linguajar limitado e imperfeito, mas mesmo assim tornou algo de si verdadeiramente conhecido para nós. Desta forma, Ele é um Deus que conhecemos e com quem temos comunhão por meio de sua Escritura.
Em segundo lugar, o falar de Deus aos homens é um milagre porque, assim como acontece com a linguagem humana, esse falar de Deus a nós é mais do que apenas um meio de comunicação. É o meio pelo qual temos comunhão com o Senhor, o conhecemos e o amamos. Como um homem conhece e ama a voz de sua amada esposa, acima de todas as outras, assim realmente conhecemos e amamos a Deus ouvindo a sua voz (Cantares de Salomão 2.14).
Em terceiro lugar, a revelação de Deus de si mesmo por meio da Escritura é um milagre porque a Palavra não é mero som no ar, nem marcas sobre uma folha de papel, mas é uma Palavra viva e eterna (1Pedro 1.23). É uma palavra que não somente ouvimos e lemos, mas que toma uma forma visível e se torna uma revelação tangível do Deus vivo e invisível (1 João 1:1), de maneira que embora Deus seja para sempre impossível de se ver, vemo-lo na pessoa de seu Filho, o Verbo feito carne.
E finalmente, a Palavra é um milagre porque é um ato de condescendência e misericórdia que Deus tenha falado conosco. Uma vez que caímos no pecado, não seria mais apropriado que ele se afastasse e se ocultasse de nós? Todavia, ele fala, e fala de paz, de amor e de graça.
Que Deus fala em misericórdia como nosso Pai e Salvador é possível somente por causa da relação inseparável entre a Palavra feita carne e a Palavra escrita, lida e pregada. Não pode existir uma sem a outra. Somente através da Palavra escrita conhecemos a Palavra viva. Não há outra possibilidade, não importa o que aqueles que falam de revelações diretas possam alegar. Tampouco, é a Palavra escrita entendida e recebida, a menos que alguém também conheça e a receba por meio daquela Palavra viva feita carne.
Existem erros que precisam ser evitados dos dois lados. Por um lado, devemos evitar falar de conhecer e crer em Cristo à parte das Escrituras, como se, agora que a Bíblia está completa, pudéssemos ter comunhão com ele, ouvi-lo e vê-lo à parte daquelas Escrituras. Por outro lado, nunca podemos esquecer que ler as Escrituras e não encontrar Cristo nelas (]oão 5:39, 40) é lê-las sem entendimento e em vão.
Assim, nunca podemos duvidar, ou esquecer, dessas Escrituras, pois que elas nos foram dadas em forma escrita e preservadas nessa forma por Deus, desde os tempos antigos. É por essas Escrituras somente que a Deus agrada se fazer conhecido em e através do nosso Senhor Jesus Cristo. "São elas", Jesus diz, "que de mim testificam" (João 5.39). Prestemos, portanto, a mais séria atenção às Escrituras (Hebreus 2.1)
Ronald Hanko

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