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17 de jun. de 2008

A Mão Vazia da Fé

“Ora, ao que trabalha, o salário não é considerado como favor, e sim como dívida. Mas, ao que não trabalha, porém crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é atribuída como justiça... Essa é a razão por que provém da fé, para que seja segundo a graça, a fim de que seja firme a promessa para toda a descendência”. — Romanos 4.4-5, 16
“E ser achado nele, não tendo justiça própria, que procede de lei, senão a que é mediante a fé em Cristo, a justiça que procede de Deus, baseada na fé”. — Filipenses 3.9
“E a fé é escolhida por Deus para ser o receptor da salvação porque ela não pretende criar a salvação, nem há nela ajuda, mas está satisfeita em recebê-la humildemente. Fé é a língua que pede perdão, a mão que a recebe e olhos os quais a vê; porém, não é o preço que a compra. Fé nunca, por si mesma, faz sua própria demanda. Repousa seus argumentos no sangue de Cristo. Torna-se um bom servo para trazer as riquezas do Senhor Jesus para a alma, porque sabe de onde as retira e admite que a graça, sozinha, confia-lhe as riquezas”. — Charles Spurgeon


A verdade mais surpreendente do Evangelho de Cristo é essa: tudo é pela graça. É a obra de Deus, não do homem. É a história de um Salvador poderoso que redime o seu povo, e ele assim o faz completamente. É sobre um Deus soberano, um Salvador perfeito, e uma redenção consumada.
Nas passagens da Escritura citadas acima, ouvimos a mensagem da própria vida. Ouvimos primeiro sobre nossa incapacidade: se pensarmos que podemos “trabalhar” para ganhar algo de Deus, não entendemos quão verdadeiramente perdidos nós somos. Aquele que trabalha recebe somente o seu salário, não a justiça. Mas aquele que não se chega a Deus com alguma idéia de mérito ou lucro, mas ao invés disso confia no Deus que justifica o ímpio, esse tipo de fé é lhe atribuída como justiça. Ela é uma fé que vem com uma mão vazia, não reivindicando nada para si ou de si, mas buscando seu tudo em Cristo. Essa fé de mão vazia é o tipo de fé que resulta numa posição justa diante de Deus.
Ouvimos depois sobre a capacidade de Deus: visto que a fé vem com mão vazia, ela encontra na graça de Deus tudo o que ela poderia alguma vez necessitar ou desejar. A graça de Deus é poderosa e traz plena salvação à alma da pessoa que não tem esperança. Essa é a imerecida graça. A graça não pode ser segurada pela mão que carrega consigo idéias de mérito, ou boas obras, ou qualquer outro tipo de adição humana. “E, se é pela graça, já não é pelas obras; do contrário, a graça já não é graça” (Romanos 11.6). A graça maravilhosa de Deus não pode ser misturada com o mérito humano. A mão que agarra sua própria suposta bondade, ou que tenta achar um mérito aqui, uma boa obra ali, não encontrará a mão aberta da graça de Deus. Somente a pessoa que encontra em Cristo seu tudo-em-todos será feita, em assim achando, justa diante de Deus. Esse é o porquê das Escrituras dizerem que é pela fé, para que possa ser de acordo com a graça: na sabedoria de Deus, ele exclui o orgulho do homem, fazendo com que a salvação seja toda pela graça.
Finalmente, vemos a certeza da salvação: porque Deus salva seu povo por sua misericórdia e graça onipotente e imerecida. A promessa de salvação é “garantida” ou feita firme e inamovível para todos aqueles que estendem a mão vazia, porém crente, à sua graça onipotente e soberana. Se a salvação dependesse sequer uma minúscula parte do pecador, a promessa nunca poderia ser considerada como firme e inamovível. Mas, visto que a fé não traz nenhuma idéia de mérito próprio com ela, e visto que a graça é por definição livre e imerecida, então a salvação em si é totalmente a obra de Deus (1 Coríntios 1.30-31) e, por conseguinte, ela é certa, firme e pode ser “garantida”. Somente a salvação, a obra de Deus em sua totalidade, pode satisfazer essa descrição.
Meu amigo, você tem o tipo de justiça sobre a qual Paulo fala em Filipenses 3.9, citado acima? Ou você tem uma posição diante de Deus que é baseada no que você faz, antes do que sobre o que Cristo fez em seu lugar? Você pode entender porque um cristão verdadeiro não pode fazer nada, senão se maravilhar nestas palavras: “Bem-aventurado o homem a quem o Senhor jamais imputará pecado” (Romanos 4.8)? Seus pecados foram imputados a Cristo, e a justiça dele foi lhe imputada pela fé. Você sabe o que significa ter Cristo não meramente como Salvador de nome, mas de fato, de forma que sua inteira confiança está nele e em nada do que você pode alguma vez fazer? Você pode honestamente dizer que você confia nele para o seu destino eterno, e crê plenamente que ele levou os seus pecados na cruz, e lhe deu a sua justiça, de forma que você pode permanecer diante do santo Deus? É minha oração que, se você não pode reivindicar Cristo dessa forma, que você considere essas verdades, e que Deus seja misericordioso para com você, concedendo-lhe a verdadeira fé para abraçar o seu evangelho. Possa Deus abençoá-lo ricamente à medida que você busque a verdade de Cristo.
“Lembre-se disto, ou poderá cair no erro de fixar tanto suas idéias na fé, que é o canal da salvação, que esquecerá a graça, que é a fonte e origem da própria fé. A fé é a obra da graça de Deus em nós: “Ninguém pode dizer que Jesus é o Senhor senão pelo Espírito Santo” (1 Coríntios 12.3).“Ninguém pode vir a mim” - disse Jesus - “se o Pai que me enviou não o trouxer” (João 6.44). Assim, esta fé, que é entrada para Cristo, é o resultado do plano divino. A graça é o primeiro e o último movimento causador da salvação. Fé, essencial como é, é somente uma parte importante do maquinismo do qual a graça se serve. Nós somos salvos “por meio da fé”, porém a salvação é “pela graça”. Ressoam estas palavras como a trombeta do arcanjo: “Pela graça sois salvos” (Efésios 2:8). Que agradáveis novas para os indignos!” — Charles Spurgeon
James White

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