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3 de dez. de 2008

Pastoral de dezembro


ESPANTADOS OU TRANSFORMADOS?
Em Atos 9 está registrado o relato da conversão de Saulo de Tarso. Como perseguidor da Igreja, ele ia para Damasco com a intenção de continuar a perseguir os crentes. No caminho, entretanto, Deus fez brilhar sobre ele uma forte luz do céu que o lançou por terra, ouvindo ao mesmo tempo uma voz que lhe perguntava: “Por que me persegues?” À pergunta de Saulo: “Quem és tu Senhor?” ele recebeu a resposta: “Eu sou Jesus a quem tu persegues.” A revelação de Jesus ao seu coração operou uma tal transformação que o levou a perguntar humildemente: “Senhor, que queres que eu te faça?”
Enquanto isto se passava, lemos que os companheiros que iam com Saulo: “pararam espantados, ouvindo a voz, mas não vendo ninguém”. Não lemos que estes homens tivessem se convertidos. Até onde sabemos, continuaram no seu caminho. É interessante que, nas mesmas circunstâncias, presenciando as mesmas coisas, ouvindo a mesma voz, vendo a mesma luz, eles poderiam ter tomado um rumo diferente em suas vidas, espiritualmente falando. Mas, assim não aconteceu. Lemos que eles somente “pararam”, enquanto Saulo foi prostrado em terra pelo poder daquela luz. Eles mantiveram-se de pé, enquanto Saulo estava caído sobre o seu rosto! Que diferença no estado deles! É possível resistir ao mesmo poder de Deus que lança um Saulo por terra! É possível manter-se “em pé” diante Dele, não se curvando, nem se abaixando! Deus podia tê-los lançado por terra, mas isso seria apenas uma demonstração de força sobre os seus corpos. Eles não estariam se submetendo espiritualmente e os seus corações não se humilhariam. É possível sermos derrubados pelo poder de Deus e, ainda assim, nos manter em pé, espiritualmente, não nos dando por vencidos.
Aqueles homens, simplesmente, param espantados. Espantados, mas não humilhados. Admirados, mas não convertidos. Ouvindo a voz, mas não querendo obedecê-la. Vendo a luz, mas preferindo as trevas. Muitas pessoas têm se espantado ao ver o poder de Deus em operação, têm sido obrigadas a parar para contemplar as maravilhas de Deus, mas foi apenas uma pausa no caminho ladeira a baixo.
Eles guiaram, sem dúvida, o futuro apóstolo para Damasco, pois que a luz do céu o tinha deixado cego. Todavia, não reconheceram que precisavam de um guia também. Temos, assim, o quadro de uns “cegos” que pensavam ter luz, guiando um cego que tinha a luz do céu no seu coração.
Irmãos, é preciso ter cuidado para que não sejamos apenas espantados, mas, sim, verdadeiramente transformados...
No amor de Jesus,
Rev. Pedro Corrêa Cabral

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