3 de mai. de 2009
Pastoral de maio
O Pastor
Tem sido para mim um grande privilêgio servir ao Senhor como ministro do Evangelho. Mas, embora o trabalho de um pastor seja satisfatório e gratificante, ele também envolve experiências extremamente difíceis, desencorajadoras e decepcionantes que podem esgotar a energia e frustrar os esforços até do mais dedicado servo de Deus.
Como bons soldados de Cristo, entretanto, os pastores, homens de Deus, continuam a sua tarefa, sem queixas, apesar da tentação de desistir e dizer: "Afinal, que proveito estou tendo com isso?"
Não é apenas o trabalho de pregar e as tarefas administrativas que sobrecarregam a energia e a resistência de um pastor, mas a fraqueza física e o esgotamento nervoso que podem resultar em relacionamentos tensos entre ele e a sua congregação.
A incapacidade de agradar aqueles a quem ele mais ama e a decepção de ser contrariado por aqueles dos quais ele depende para o apoio moral. Estas são algumas coisas que o levam, por vezes, a lançar as suas mãos para cima, em desespero. É triste dizer, mas muitas vezes parece que o pastor não consegue fazer nada certo. Independente de quão sincero ele seja, sempre existem alguns que estão prontos para encontrar falhas e criticar. Podemos descrever isso da seguinte forma:
• Se o pastor é jovem, não tem experiência; se o seu cabelo é branco, é velho demais para as pessoas jovens.
• Se tem cinco ou seis filhos, tem demais; se não tem nenhum, está dando um mau exemplo.
• Se prega com anotações, está usando sermões antigos e não tem mais energia para novos; se as suas mensagens são improvisadas com fala livre, não é suficientemente profundo.
• Se usa demasiadas ilustrações, está negligenciando a Bíblia; se não inclui histórias, não é suficientemente claro.
• Se condena o que é errado, começa a irritar; se não prega contra o pecado, eles reivindicam que ele está se comprometendo.
• Se prega a verdade, é demasiado ofensivo; se não apresenta "o conselho completo de Deus", é um hipócrita.
• Se falha em agradar a todas as pessoas, está ferindo a igreja e deveria deixar o seu cargo; se faz com que todos estejam felizes, ele não tem convicções.
• Se dirige um carro velho, está envergonhando a sua congregação; se compra um novo, está criando afeição pelas coisas materiais deste mundo.
• Se prega todo o tempo, a congregação se cansa de ouvir sempre uma só pessoa; se convida pregadores de fora, está se esquivando da sua responsabilidade.
• Se recebe um grande salário, é um mercenário; se o salário é pequeno, dizem que isto prova que ele não é digno de mais.
Agora, eu sei que estas colocações enfatizam a atitude geral em vários lugares. Parece que não faz muita diferença para onde você vai, ou que igreja você frequenta, sempre existe um grupo que dificulta a vida do pastor. Mesmo que ele esteja fazendo o melhor que pode para pastorear com fidelidade o seu rebanho, anelando pelas ricas bênçãos do Senhor para o seu ministério, e fazendo um esforço enorme para conseguir a aprovação da congregação como um todo, há sempre alguém que encontra uma falta, se opõe a ele pela suas costas, ou denuncia publicamente os seus atos.
No Evangelho de João, são ditas três coisas a respeito de João Batista que se aplicam a qualquer servo genuíno de Deus. Eu estou convencido de que, se cada membro da igreja guardasse na sua mente estas três coisas, muitas das dificuldades experimentadas na Primeirona, hoje, seriam evitadas. O apóstolo João escreveu:
— Houve um homem enviado por Deus cujo nome era João. Este veio como testemunha para que testificasse a respeito da luz, a fim de todos virem a crer por intermédio dele. Ele não era a luz, mas veio para que testificasse da luz (João 1:6-8).
Nestes versículos são mencionadas três coisas significativas sobre João Batista.
Primeiro, nos é dito que "houve um homem". Ele era um ser humano, sujeito às mesmas fraquezas e limitações como qualquer outra pessoa. João não era um anjo; não era uma criação sobrenatural; não era um emissário extraterrestre, vindo do trono de Deus. Mas como lemos no registro: "Houve um homem."
Segundo, lemos que "houve um homem enviado por Deus". Embora fosse um ser humano com limitações humanas, João se distinguia dos outros pelo fato de ter sido um escolhido. Ele era um homem "enviado por Deus."
Terceiro, nos é dito que "houve um homem enviado por Deus para que testificasse da luz". Ele veio para pregar a respeito de Cristo, a Luz do mundo. Esta era a missão de João Batista. O versículo 8 diz: "Ele não era a luz, mas veio para que testificasse da luz". Desta passagem bíblica aprendemos as seguintes coisas sobre João Batista.
1. Ele foi um homem.
2. Ele foi um homem enviado por Deus.
3. Ele foi um homem enviado por Deus para testemunhar da luz.
Estas três coisas também podem ser ditas a respeito dos pastores que têm um chamado de Deus. Eles são homens, eles têm limitações humanas. São homens enviados por Deus, eles têm autoridade divina. São homens enviados por Deus para testemunhar da Luz, eles têm uma incumbência celestial. A sua tarefa principal é a de apresentar o Senhor Jesus, a Palavra viva, revelada na Palavra escrita. Se são leais à sua missão, eles vão pregar a Cristo. Como João Batista, devem "testificar da luz".
Por isso, guarde na sua mente, meu irmão, estas três coisas sobre este homem de Deus quando você pensar em seu pastor. Lembre-se, como homem ele tem falhas e limitações. Entretanto, como um homem com um chamado divino, deve ser tratado como um servo de Deus. E já que a sua missão é a de proclamar o Evangelho de Cristo, você deve a ele a sua cooperação e apoio em oração para ajudar a fazer com que o seu ministério seja o mais eficaz possível.
O que eu digo não se aplica a alguém que prega um outro evangelho, que rejeita a salvação pela graça, somente por meio da fé, ou que nega a divindade de Cristo, o Seu nascimento de uma virgem, a Sua vida perfeita, a Sua expiação pelos pecados, a Sua ressurreição literal dos mortos e a Sua volta. Alguém que não aceita estas verdades da Bíblia, nunca poderia ser chamado. Por isso, tenha cuidado com os líderes cegos que guiam outros cegos, nas outras igrejas que você, eventualmente, frequenta.
O nosso propósito em proclamar a Palavra de Deus é, como o de João Batista, o de "testificar da luz" e pregar a Cristo, o Salvador dos pecadores, a única esperança de um mundo perdido e morto em seus delitos e pecados.
Meditem, irmãos, sobre isso. Que a Primeirona do Tabuleiro ore pelo seu pastor, tenha complacência com ele e compareça com assiduidade aos cultos. No amor de Cristo,
Rev. Pedro Corrêa Cabral
(texto resumido e adaptado do livreto “O seu pastor e você” de Richard Haan, pastor da RBC)
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