29 de abr. de 2008
Cristo, A Plenitude do Tempo
“No qual temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça” (Efésios 1.7)
Paulo consegue, com maestria, sintetizar a salvação em Cristo de forma objetiva e transparente. Em Ef 1.7 Deus nos fala, através de Paulo, sobre o que Cristo fez por nós “redenção... remissão dos pecados”; sobre o preço que pagou para que a salvação fosse possível ao homem “pelo seu sangue”; e, por fim, sobre a origem da redenção em Cristo “segundo a riqueza da sua graça”.
Lendo um texto como este, fico pensando como podem algumas pessoas não se comoverem e não refletirem sobre suas próprias existências. Poucos textos sintetizam a essência do cristianismo como este.
Cada palavra deste verso merece atenção, a começar pela primeira expressão “no qual”. Temos visto nos versos anteriores, que somos amados de Deus. Por isso, ele nos escolheu “antes da fundação do mundo” para sermos “santos e irrepreensíveis” no “Amado”, em Cristo Jesus. Ou seja, Deus nos escolheu para sermos amados no Amado. E, tudo isso “para louvor da glória de sua graça”. Portanto, “no qual” refere-se ao Amado de Deus, aquele que derramou o sangue pelos amados do Altíssimo, Cristo Jesus, o nosso Redentor.
Quando Deus criou o homem foi para se relacionar intimamente com ele. Por esse motivo o criou a sua imagem e semelhança. Porém, o pecado degenerou esse relacionamento, e se abriu um abismo entre o homem e o Altíssimo. Isaías diz assim: “Eis que a mão do SENHOR não está encolhida, para que não o possa salvar; nem surdo o seu ouvido, para não poder ouvir. Mas as vossas iniqüidades fazem separação entre vós e o vosso Deus” (Is 59.1,2). Porém, aquilo que fazia separação entre nós e Deus foi eliminado quando Cristo se fez homem e se deu por nós na cruz do Calvário. A seguir vem a segunda palavra importante a ser considerada “redenção” .
Em Cristo temos redenção. Essa expressão significa libertação pelo pagamento de um resgate . No Brasil, é quase cotidiano notícias sobre seqüestros. Por isso, se torna mais fácil a compreensão desta expressão. Quando uma pessoa é seqüestrada, os seqüestradores exigem um resgate, geralmente, em dinheiro. Quando é pago o valor exigido, então, a pessoa seqüestrada é libertada e volta ao convívio familiar. É a mesma coisa com os cristãos. O pecado aprisionava o homem, não o deixando se relacionar com seu Criador e era exigido um resgate para sairmos dessa prisão. Cristo pagou o preço da nossa libertação e, por isso, em Cristo temos redenção, ou seja, a remissão dos nossos pecados.
Entendendo que a obra de Cristo na cruz resultou na nossa redenção, remissão dos pecados, também, entendemos que preço a nossa redenção custou. Neste ponto é importante salientar a terceira expressão “pelo seu sangue”.
Já dissemos que Deus criou o homem para se relacionar intimamente com ele e por isso o criou a sua imagem e semelhança. Na criação tudo era perfeito, ou seja, “muito bom”, era a perfeita harmonia. Nessa perfeição, Deus dá uma ordem ao homem para que não comesse do fruto do conhecimento do bem e do mal . Após essa ordem, Deus dá a primeira promessa: “porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gn 2.17). A primeira promessa de Deus ao homem foi a promessa de morte caso desobedecesse. Infelizmente, o homem desobedeceu. Após isso, Deus faz uma segunda promessa em Gn 3.16, de que o descendente da mulher (Jesus) pisaria na cabeça da serpente. A segunda promessa era de vida.
Jesus Cristo derramou o seu sangue dando a sua vida por causa dessas duas promessas. Em Cristo foi cumprida a primeira promessa, a de morte, e também a segunda, a de vida. Cristo tomou sobre si a nossa morte e nos deu sua vida. Essas duas promessas que são cumpridas em Cristo é o que percorrem toda a Escritura até chegar em Cristo. É o que diz Gl 4.4-7 referindo-se ao cumprimento dessas duas promessas de “plenitude dos tempos”: “Vindo, porém, a plenitude do tempo Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei a fim de que recebêssemos a adoção de filhos”. O cumprimento dessas promessas em Cristo é o que podemos dizer de essência do cristianismo. Isso é maravilhoso e enche o nosso coração de regozijo!
Somente entendendo o que foi o sacrifício de Cristo na cruz do Calvário é que podemos entender a última expressão “a riqueza da sua graça”. Entender como Deus nos amou, mesmo sendo pecadores; de que forma maravilhosa toda Escritura converge para o sacrifício vicário de Cristo; como os planos de Deus são perfeitos; tudo isso deve fazer com que honremos ao Senhor de toda Glória. Sabendo que “Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as cousas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém” (Rm 11.36). Deus os abençoe.
Fábio Ito
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