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14 de mai. de 2008

O Ser de Deus


Não temos a intenção de fazer laboriosos e elaborados argumentos para a existência de Deus. Começamos onde a Bíblia começa. A Bíblia toma por certo a existência de Deus, e supomos que o leitor fará o mesmo. Existem tantas provas de Sua existência que a Bíblia não tenta prová-la. Existe o testemunho exterior da natureza: "Os céus declaram a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra de suas mãos" (Salmos 19:1).
Ouve-se a voz destas testemunhas em todas as línguas e em todos os lugares. É verdade que em tempos passados, Deus deixou que as nações andassem com suas próprias maneiras (Atos 14:16). Sua graça não operou na salvação delas, mas ao mesmo tempo, Ele não deixou sem testemunha, fazendo o bem, dando-lhes a chuva e as estações produtivas (Atos 14:17). Seu eterno poder e divindade são claramente vistos nas coisas visíveis que Ele criou (Romanos 1:20).
Existe também o testemunho interno da consciência: "Porque, quando os gentios, que não têm a lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si mesmo são lei; os quais mostram a obra da lei escrita em seus corações, testificando juntamente a sua consciência, e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os". (Romanos 2:14-15). A natureza e a consciência proclamam em voz alta a existência do verdadeiro Deus vivo. Portanto, por motivos práticos não há necessidade de se provar a existência de Deus.
Um homem certa vez tentou zombar da idéia de Deus. Ele perguntou a seu vizinho crente se ele já havia visto Deus. O crente admitiu que não. Em seguida perguntou se ele havia ouvido a voz de Deus, ou sentido o gosto de Deus, ou mesmo o cheiro de Deus. O crente admitiu que ele nunca tinha percebido Deus através dos sentidos físicos. Em seguida o crente fechou a boca do ateu, perguntando se ele já havia contado uma mentira. Quando admitiu que sim, o crente perguntou que sensação tal ato havia deixado. O ateu admitiu que fora uma sensação de culpa e desconforto. Esta sensação era o testemunho da consciência, dizendo-lhe que Deus existia, o Doador da lei moral, a quem ele teria que prestar contas. O motivo de um homem pagar ou prestar serviço a um outro a quem ele ofendeu é aplacar a um Deus ofendido. Todo homem sente Deus a não ser que sua consciência tenha sido cauterizada. O ateu é o louco educado. Não há ateus teóricos entre os pagãos. Não existe ateu entre os demônios; eles crêem e estremecem. (Tiago 2:19).
As Escrituras não raciocinam com os ateus, porém os reprovam: "O néscio diz em seu coração, não há Deus" (Salmos 14:1). O erro não jaz tanto no entendimento quanto no coração. O ateu teórico (o homem que nega a existência de Deus) faz com que sua mente concorde com o coração. É um caso onde o desejo guia o pensamento. Enquanto no mundo existem poucos ateus teóricos, todo homem no seu estado natural e decaído é um ateu na prática: ele não quer um Deus verdadeiro. O néscio no Salmo 14:1-3 é o néscio típico; ele representa todo homem que não é convertido. No texto o plural é usado: "Eles são corruptos, eles praticam obras más, não há quem faça o bem." O pecado originou-se nas afeições ou desejos, e a obscuridade do entendimento é produto da punição divina. "E como eles não se importaram em ter conhecimento de Deus, assim Deus os entregou a um sentimento perverso, para fazerem as coisas que não convêm"(Romanos 1:28).
O verdadeiro Deus, quando conhecido, não é o Deus que os homens queriam. Quando os homens conheceram a Deus, "eles não O glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes, em seus discursos, se desvaneceram e o seu coração insensato se obscureceu" (Romanos 1:21).
A verdadeira evolução, moralmente, leva em conta o pecado, e é o desenvolvimento da natureza humana que despreza a Deus. Por isso chamamos de devolução moral. A progressão do pecado nos é mostrada em Romanos 1:18-32. Primeiramente, os homens suprimiram ou abafaram a verdade a respeito de Deus. Eles tinham a verdade concernente a Deus no livro da própria natureza. Seu poder eterno e Sua divindade foram claramente revelados nas coisas que fizera, mas os homens não gostaram desta verdade. Eles viraram as costas às revelações e se tornaram a seus próprios entendimentos. Em segundo lugar, eles mudaram a verdade a respeito de Deus em mentira, e fizeram imagens e representações de Deus na forma do homem, de pássaros e de bestas feras. Temos o Apolo dos gregos, a águia dos romanos, o boi dos egípcios e a serpente dos assírios. Os homens conheceram a Deus, mas recusaram-se adorá-lO, e a idolatria seguiu por necessidade psicológica.
E em terceiro lugar, a idolatria foi seguida pela sensualidade. Deus os entregou às suas impurezas e vis afeições. Ele negou Sua graça remidora e deixou a natureza humana seguir seu curso de imoralidade. Os últimos versículos do primeiro capítulo de Romanos descrevem as coisas que homens e mulheres farão quando entregues às suas próprias concupiscências. Eles não somente fazem estas coisas, mas desejam que outros as façam também (versículo 32). O ponto mais baixo da depravação do homem é quando ele se alegra em ver os outros pecarem.
As testemunhas de Deus na natureza não fazem parte da luz do Evangelho. Estas testemunhas são suficientes para deixarem o homem sem desculpa, mas não são eficazes como meio de salvação. Elas são suficientes para o homem reconhecer que é pecador, mas não dizem nada do Salvador. Uma maior revelação é necessária antes que o homem possa conhecê-lO no perdão do pecado. E esta revelação maior é a Palavra Escrita como testemunha ao Verbo encarnado, Jesus Cristo, pelo conhecimento de Quem muitos serão justificados (Isaías 53:11).
O homem é por natureza um ser religioso. Por treinamentos, fora da Bíblia e à parte do novo nascimento, ele se tornará um ateu, ou um idólatra. Isso é o melhor que a educação, a parte da graça de Deus, fará. Uma mera religião cultural desafia a humanidade, nega a queda do homem e fala somente da tendência de elevação. É esta a religião do evolucionista. O deus do sensual são seus próprios desejos. Sua única regra de conduta são os desejos de uma natureza depravada (Filipenses 3:19). Esta é a religião dos homens de negócios que não conhecem a Deus e dos ébrios e libertinos.
Inventar um deus na imaginação é tão ruim quanto criar um deus com as mãos. A velha forma de religião fazia seus deuses com as mãos, a nova forma com os pensamentos, guardando-os na mente idólatra. O Deus desconhecido continua sendo o verdadeiro Deus. Os atenienses do tempo de Paulo tinham altares a seus deuses e em seu zelo tinham um para o Deus desconhecido. O Deus desconhecido é o Deus sobre Quem Paulo lhes falou. O verdadeiro Deus lhes era desconhecido.
O nosso propósito é apresentar o Deus da Bíblia em Sua natureza e perfeições pessoais. O leitor é convidado a meditar sobre o que é revelado nas Sagradas Escrituras. E que o Espírito da verdade nos guie à verdade!

C. D. Cole

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